Justificativa

A Dimensão Bíblica – Catequética da CNBB Nacional, Regional situando a Catequese nas suas diferentes realidades quer intensificar o processo de “Iniciação à Vida Cristã que leva a pessoa a uma experiência de fé profunda, de conversão e de inserção na comunidade”. Diante da atual realidade, vislumbramos a necessidade de revisar nossa prática evangelizadora, somos desafiados a tomar uma atitude profética, criativa e ousada. Necessitamos de uma catequese de Iniciação a Vida Cristã, com inspiração catecumenal que leve ao encontro real com Cristo vivo, deixando se mergulhar na vida cristã.

A catequese é, em primeiro lugar, uma ação eclesial: a Igreja transmite a fé que ela mesma vive e o catequista é um porta-voz da comunidade e não de uma doutrina pessoal. Ela transmite o tesouro da fé. A catequese faz parte do ministério da Palavra e do profetismo eclesial. (DNC 39 p.40).

A Conferência de Aparecida, além de elevar à iniciação a vida cristã à categoria de urgência, lembra que ela deve acontecer não apenas uma única vez na vida de cada pessoa. A iniciação cristã não se esgota na preparação aos sacramentos do Batismo, Crisma e Eucaristia. Ela se refere à adesão a Jesus Cristo (DGAE 41 p. 49). É necessário desenvolver, em nossas comunidades, um processo de iniciação a vida cristã, que conduza ao “encontro pessoal com Jesus Cristo” ( DAp 289).

A Igreja existe para evangelizar, para anunciar Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida. Esse anúncio passa pela promoção da dignidade da pessoa humana, pela renovação das comunidades e pela edificação de uma sociedade mais justa, democrática e solidária. Desde longa data nossa diocese vem procurando ser participativa, comprometida com os problemas do povo, libertadora e missionária. É nessa direção que entendemos estar no caminho do Reino definitivo. Para cumprir esta missão, impulsionada pelo Espírito Santo, a Igreja acolhe, reza a Palavra que salva, escuta os sinais dos tempos, revê práticas pastorais, estabelece objetivos e abre caminhos de ação.

Objetivo Geral:

Promover um amplo processo de evangelização que conduza ao encontro pessoal com Jesus Cristo, animado pela palavra e alimentada pela eucaristia, inserida na vida comunitária, formando discípulos missionários.

Objetivos Específicos:

  • Fortalecimento das Coordenações Paroquiais e Diocesana;
  • Revisar os Roteiros de Catequese;
  • Trabalhar a formação com catequista com inspiração catecumenal, através das cartas.
  • Buscar uma integração com as demais pastorais
  • Organizar a catequese com adultos

Metas 2015

  • Intensificar a formação permanente dos catequistas a partir da inspiração catecumenal;
  • Reformular os Roteiros de Catequese com base no Itinerário Catequético – Iniciação a Vida Cristã – um processo de inspiração catecumenal (incluindo catequese com adultos);
  • Fortalecer as coordenações de catequese no âmbito paroquial, microrregional e diocesano. Envolver a comunidade cristã no processo catequético, despertando-a para sua missão de ser cada de iniciação a vida cristã.

A Equipe de Coordenação Diocesana de Catequese é composta por dois representantes em cada microrregião, liberada diocesana Regiane Freire e Pe. Marcio Martins Rosa como assessor eclesiástico.

Nas proximidades do “caminho das tropas”, formaram-se as primeiras comunidades, preponderantemente de caboclos, cujas raízes étnicas são povos originais (guarani, xokleng e kaigang), povos afrodescendentes (banto e sudanês) e europeus (português). Vale destacar que uma parte considerável da população de nossa Diocese é constituída de caboclos.

Aos poucos, a atividade pastoril foi sendo substituída pela extração da erva-mate, da madeira e pela agricultura. Antes eram as florestas e rios que representavam a sobrevivência, depois os campos e, mais recentemente, as lavouras. Entre meados do século XIX e início do século XX, nosso chão passou a ser, cada vez mais, habitado por euro-descendentes, boa parte dos quais vindos do Rio Grande do Sul.

Em meio aos projetos de colonização, construção da estrada de ferro e outras iniciativas que visavam trazer progresso para a região, muito sangue foi derramado. O imperialismo, a república e o capitalismo se impunham de maneira violenta e excludente contra o povo que habitava essa região. Disputas territoriais entre Brasil e Argentina e depois entre os governos do Estado do Paraná e de Santa Catarina foram motivos de conflitos e mortes de muita gente. Emergiram alguns movimentos populares de resistência, rebeldia e busca de alternativas. Sobreveio a Guerra do Contestado (1912-1916), e antes dela, a presença de alguns benzedores, profetas ou santos populares, tal como o reconhecido e venerado “São” João Maria, que orientaram a vida e alimentaram a religiosidade e a esperança do povo. Seus ensinamentos ajudaram na organização solidária dos redutos do Contestado e continuam presentes na vida e na mística do povo de nossa Diocese.

A Guerra do Contestado expressou, por um lado, uma imposição de um novo projeto econômico, a modernização capitalista e, por outro, um amplo processo de resistência a esse projeto com a edificação de redutos e comunidades baseados na economia solidária. Uma rica herança de símbolos, mitos, ritos, rezas, lições, sabedoria, memórias e sonhos continuam presentes junto aos descendentes dos que foram violentados.

Após a Guerra do Contestado, o processo de colonização, seguido da urbanização e industrialização da região avançou rapidamente. Esse processo foi liderado, sobretudo, pelos imigrantes de origem europeia. Pequenas vilas crescem e se tornam municípios. Algumas comunidades de origem asiática chegaram na região, deixando, também, uma riqueza cultural e uma contribuição significativa, sobretudo à agricultura. Recentemente, chegaram nesta região inúmeros imigrantes de origem haitiana e de outros países procurando melhores condições de vida ou fugindo de conflitos e guerras.

O êxodo rural cresce especialmente a partir da década de 1970. Com o avanço do grande capital por meio das agroindústrias, madeireiras, fábricas de papel, dos frigoríficos, do sistema financeiro, entre outros, inúmeros proprietários rurais perdem suas propriedades e passam a procurar alternativas de vida nos centros urbanos. Os governos militares, seguidos dos liberais, foram os principais responsáveis pelo êxodo rural, pelo envenenamento das terras e dos alimentos com o uso indiscriminado de agrotóxicos, pela contaminação das águas e por diversos outros problemas ambientais e sociais, como a fome e a miséria.

As pequenas propriedades se destacaram na produção de trigo, milho, feijão, leite, frutas, suínos, aves e diversos outros produtos agrícolas capazes de fornecer grande parte dos alimentos da região e contribuir no abastecimento do mercado interno do País, inclusive produtos para a exportação. A agricultura familiar, o agronegócio, a urbanização, a industrialização e o desenvolvimento apresentam características específicas em nossa Diocese que se traduzem em avanços e preocupações para a nova evangelização.

 O cenário atual apresenta uma concentração de população em poucas cidades e uma distribuição injusta e desigual da riqueza. Sabe-se que diversos projetos do governo federal, da última década, bem como inúmeras iniciativas da Igreja e da sociedade contribuíram com a erradicação da miséria e da fome, todavia as melhorias continuam aquém do que se espera e do que é possível melhorar. Após o impeachment presidencial em 2016, instalou-se um governo federal com políticas de centralização e concentração do capital nas mãos de alguns privilegiados, inclusive do capital internacional, cortando investimentos das políticas e direitos sociais, gerando mais sofrimento, particularmente, aos mais pobres.


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