“Viver a Fé” inicia reflexão sobre o mês missionário: ‘A Igreja é por natureza missionária’

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“Viver a Fé” inicia reflexão sobre o mês missionário: ‘A Igreja é por natureza missionária’

 O papa Francisco tem nos desafiado cada vez mais a sermos uma Igreja em Saída, “comunidade de discípulos missionários que ‘primeireiam’, que se envolvem, que acompanham, que frutificam e festejam, pois a ação missionária é o paradigma de toda a obra da Igreja. Iniciando as reflexões sobre o Mês Missionário Extraordinário, celebrado em outubro, o programa Viver a Fé em tempos de distanciamento social abordou nesta semana o tema: “Igrejas-Irmãs: Nos caminhos da missão”.

A temática foi destacada pelos padres Celso Carlos Puttkamer dos Santos, que desde o início de 2020 se encontra em missão da Prelazia de Marajó, residindo na paróquia Menino Deus, município de Soure e João Cláudio Casara, que participou da atualização do projeto Igrejas-Imãs na Diocese de Caçador e atuou como mediador na transmissão.

Em sua fala, recordando o propósito missionário assumido pela Igreja e fazendo uma relação com o Projeto Igrejas-Imãs, o padre João sustentou que “não é a Igreja que faz missão, mas a missão que nos faz ser Igreja”.

“Ser cristão é participar da missão de anunciar a boa nova do Reino de Deus, de anunciar Jesus, as bem-aventuranças, atuar e viver isso como uma prática no dia a dia”, afirmou.

Conforme ele, a nossa diocese de longa data traz no seu processo pastoral, na sua ação evangelizadora, a missionariedade.  “Recentemente a diocese retomou fortemente este projeto e o fortalecimento desta dimensão, pelo impulso do Mês Missionário Extraordinário”, ressaltou.

Os quatro pilares da Diocese de Caçador

Em sua reflexão, padre Celso lembrou que a Diocese de Caçador construiu ao longo de sua caminhada, quatro grandes pilares que nos orientam por qual caminhos nós como comunidades, paróquias e diocese queremos andar.

“Nossa Igreja quer incentivar cada vez mais a participação de leigos e leigas, outra característica é o comprometimento com os problemas do povo, olhar a realidade das comunidades. O terceiro aspecto diz respeito  à caminhada de libertação e o quarto pilar é o de ser uma Igreja Missionária”, destacou.

Neste sentido, o padre João complementou que a dimensão missionária surge com o jeito de ser da Igreja “Tudo aquilo que a Igreja faz em sua essência é missionária, porque busca anunciar Jesus Cristo, mas ao mesmo tempo busca trazer a proposta do Evangelho como uma fonte de luz para as realidades deste mundo. A liturgia é uma ação missionária da Igreja, a catequese é uma experiência missionária, o trabalho com a família e com os jovens e o trabalho social também são exemplos de missionariedade”.

Para ele, a experiência do projeto Igrejas-Irmãs que a diocese retomou, quer significar a possibilidade que nós enquanto estivermos na caminhada diocesana, procuramos dar para fortalecer a missão. “A diocese envia, mas também colhe os frutos desse envio missionário”, disse.

Sínodo da Amazônia e a Pastoral da Presença

Entre os desafios enfrentados no que diz respeito à Pastoral da Presença na Amazônia, padre Celso salientou o alto custo financeiro para a Evangelização. “Um trajeto que demoraria uma hora na realidade da Diocese de Caçador, demora mais de 12 horas aqui na Amazônia, isso gera custos altos de locomoção em virtude do combustível dos barcos. Então tudo é muito difícil e caro”.

Inculturação

Vivendo uma realidade diferente da que estava habituado, o padre Celso destacou a importância da enculturação com os diferentes povos. “Precisamos garantir um jeito de estar na comunidade constantemente. Precisamos fazer um esforço bastante grande, nos despojarmos de nossa cultura para entrar na cultura do outro. Isto é também o maior e grande desafio que temos aqui na Amazônia”, observou.

Segundo ele, o que acontece na maioria das vezes, é que a Amazônia absorve projetos pensados por agentes de fora, e não se ouve a experiência, aquilo que já se tem construído e consolidado. “É preciso estar presente. A cultura da convivência com a Amazônia é fundamental para a gente aprender. Primeiro silenciar, escutar e aprender o que os povos, os ribeirinhos, as comunidades têm a nos ensinar”, acrescentou.

Ainda sobre a experiência da enculturação, padre Celso mencionou o jeito simples que os povos da Amazônia têm de conduzir suas vidas. “Eles têm outro ritmo, muito diferente do nosso. Sempre vivi em um ritmo muito acelerado e a lição que tive na Amazônia foi dar um grande freio nesse processo de aceleração e acompanhar o ritmo das pessoas, das comunidades. Ao longo deste tempo que irei ficar aqui, mais do que ensinar, já estou aprendendo com a convivência e com a prática do dia a dia”, salientou.

 Fortalecimento da missionariedade e do projeto Igrejas-Irmãs

Para o padre Celso, tudo aquilo que fizermos, deve ser feito com espírito missionário. “O fortalecimento das nossas ações perpassa esse caminho. Precisamos estar dispostos a nos despir de vários comportamentos individuais, não ser indiferentes, olhar para o outro, saber que o diferente precisa ser valorizado”, destacou.

Outro ponto é não esquecermos de quem está em missão. “Nas nossas orações sempre lembremos dos nossos missionários para que possam ser a manifestação de Deus no meio das comunidades”, disse.

O padre enfatizou ainda que as coletas missionárias também são instrumentos importantes, pois fortalecem e ajudam a construir as obras missionárias e outros projetos missionários no nosso país e fora dele.

Concluindo sua fala, o padre destacou que o projeto Igrejas-Irmãs traz esse horizonte de unidade, comunhão, solidariedade, além de motivar para a importância  da experiência e do testemunho missionário. “Não é só o padre, precisamos constituir equipes missionárias para as missões, precisamos ter leigos e religiosos que se disponham a fazer essa experiência”, declarou.

Acompanhe a entrevista completa:

https://www.facebook.com/diocesedecacador/videos/666968727586238

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